Hoje o Mercadolivros homenageia um dos maiores escritores infanto-juvenis do Brasil: Pedro Bandeira. Autor de livros inesquecíveis, como “O Fantástico Mistério de Feiurinha”, Pedro Bandeira certamente marcou a infância e adolescência de quem cresceu nos anos 70, 80 e 90, sua época criativa mais popular.
Pedro Bandeira é formado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Antes de se dedicar à literatura, trabalhou como professor, ator, diretor e cenógrafo de teatro. Também foi jornalista e contribuiu para o jornal Última Hora e para a Editora Abril.
Seu primeiro livro foi “O Dinossauro que Fazia Au-Au”, voltado para crianças e que fez um grande sucesso entre o público infantil. No entanto, foi com “A Droga da Obediência”, destinado para adolescentes, que Pedro Bandeira se consagrou na literatura infanto-juvenil. Neste livro, o autor nos apresenta a cinco jovens, Miguel, Crânio, Calú, Chumbinho e Magri. Juntos, eles formam o grupo “Karas” e se transformam em detetives. “A Droga da Obediência” originou uma série de livros chamada “Karas”, com “O Anjo da Morte”, “Droga de Americana!”, “Pântano de Sangue” e “A Droga do Amor”. A série conquistou – e ainda conquista – os adolescentes por trazer histórias cheias de aventuras e, também, repletas de questões importantes para os jovens, afinal, nossos heróis estão em plena puberdade.
Em 1986, Bandeira ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura Infanto-Juvenil com o clássico “O Fantástico Mistério de Feiurinha”. O livro começa com o desaparecimento da princesa Feiurinha. Então, Cinderela, Branca de Neve, A Bela Adormecida e outras princesas conhecidas dos contos de fada se unem para resolver este mistério. No entanto, as princesas estão bem diferentes de como as conhecemos: todas estão grávidas e prestes a completar 25 anos de casamento com seus príncipes encantados.
Pedro Bandeira é o autor infanto-juvenil brasileiro com o maior número de vendas. Apenas em 1996, o autor vendeu mais de um milhão de cópias de seus livros. Até o ano passado, Bandeira conquistou mais de 23 milhões de livros vendidos.
Para terminar, um belo poema de Pedro Bandeira:
Identidade
Às vezes nem eu mesmo
sei quem sou.
Às vezes sou
“o meu queridinho”.
Às vezes sou
moleque malcriado.
Para mim
tem vezes que eu sou rei,
herói voador,
caubói lutador,
jogador campeão.
Às vezes sou pulga,
sou mosca também, que voa e se esconde
de medo e vergonha.
Às vezes
eu sou Hércules,
Sansão vencedor,
peito de aço,
goleador.
Mas que importa
O que pensam de mim?
Eu sou eu,
sou assim,
sou menino.
(Pedro Bandeira. Transcrito de Cavalgando o arco-íris. São Paulo, Moderna, 1985)